No fundo ninguem quer o raso

Com o avanço das superficialidades nas relações, não é raro encontrar pessoas que encontram um plano B, C ou D para as relações do dia a dia não se aprofundarem. Somos de uma geração antenada e cada vez mais solitária. O outro? De que importa. Guardamos no bolso o restinho de altruísmo que ainda existe e falamos de boca cheia: eu faço sozinho. E assim é. Deixamos a cordialidade em casa quando saímos toda manhã e nos empenhamos em não solidificar qualquer tipo de relação. Reis dos truques, estamos sempre desculpando nossos atos negativos e invertendo os papéis para jogar a culpa no outro. Mas será que estamos mesmo preparados para interpretar nosso personagem em um monólogo? Ou será que, com o passar do tempo, desaprendemos a dividir? No fundo, ninguém quer o raso. A gente batalha tanto pra perder a inocência e finalmente enxergar as coisas com clareza, que nos permitimos endurecer durante o caminho para finalmente alcançarmos esse estado. Nem tudo que a gente conserva de puro merece ser abandonado. Assim como os anos não anulam o que já foi vivido, a maturidade não anula o que já foi sonhado.
Fernanda Gaona

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